O diário americano The Wall Street Journal destaca a dor-de-cabeça que o Orkut brasileiro está causando ao Google. Desconhecida nos EUA, a rede de comunidades do Orkut virou um fenômeno de popularidade especialmente no Brasil - o país onde a rede cresce mais no mundo. Mas também se tornou incontrolável, abrigando dezenas de comunidades pedófilas e racistas. "O produto cresceu mais rápido do que podíamos suportar", reconheceu o chefe do Google brasileiro, Alexandre Hohagen. A tradicional aversão do Google em cooperar com as autoridades (não só no Brasil, mas em todo o mundo) também não ajuda. O WSJ ressalta que o Google enfrenta ameaça de fechamento no Brasil por se recusar a fornecer à polícia dados de seus usuários. O professor de Direito Thiago Tavares Nunes, citado na reportagem por pesquisar crimes na internet, conta que desde o início tenta entregar à empresa um CD com 220 páginas pornográficas. Não recebeu resposta. A confusão já dá efeitos onde dói mais, no bolso. Empresas ameaçam deixando de anunciar no Google por temer ver suas marcas em sites supostamente criminosos.
A forma como o Google irá enfrentar o desafio dos crimes no Orkut é decisiva para o futuro próximo da internet. Permitir crimes em nome da liberdade de expressão é um erro idiota e óbvio. Mas a velocidade das comunidades de relacionamento (como o Orkut ou o Myspace) é uma das revoluções desse século. Restringir a conexão entre pessoas é jogar fora o melhor da internet.
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